Quando
Penso
escrevo
escrevo
escrevo
quando
sinto o grito explodindo
imediatamente
o
pensamento peçonhento
me
envenena as ideias mais virgens
e
no sofá me sufoca
me
cala
tento
me esquivar do impacto
rumo
sentido figurado
mas
o amedrontado lado
o
mais descrente dos meus lados
se
assume em desequilibrado fracasso
sou
o cara enfurnado na escrita do Caos
por
que tenho a persistência suicida de um mosquito?
queria
tanto explodir essa bomba
maldito
tic-tac
me
arrebenta por dentro quando penso!
Sobre
as horas
Inquieto acompanho escravo
E
enquanto passo
A
cada passo me desfaço
Processo
vai poeta
enfia
a cabeça na falha da palavra
desafoga
a imensa inquietação
que
te azucrina há dias
esse
rasga e rabisca exorciza
cospe
esta hóstia
que
tanto amarga e robotiza
descobre
o poema e seus dramas
desiste
de camuflar em pseudoverso
o
berro
você
sabe...
é
tudo agonia,
vai
assumir,
Poesia!
Erro
poético
Rosa-se
quintal.
Sem Pretensão
desenho livre
como
se livre fosse
mas
insisto
que
livre seria
se
estes traços
até
serem traços
parassem
de vez
de
me perturbar
dia
após dia
como
as palavras
sem
sentido
que
me invadem
os
ouvidos
pra
gritar poesia?
muda-se
a roupa
abre-se
uma fresta
respiro
mas
é sempre te[n]são...
Maquiavélico
enquanto cega
a
horda em ordem
ordenha
e morde
maquiavelicamente
em
sua rotina
fico
horrorizado
com
sinceros desejos
de
antigos golpes
nas
costas
nas
costas
nas
costas
como
se estivessem
colhendo
flores
em
belo jardim
Feito
música
dentro de mim
você
sou assim
Sobre
os dias
faz tempo
que
deixei de sofrer pelas madrugadas
a
dor agora é diária
ininterrupta
sem hora marcada
Fervendo aqui dentro
há
ideias que me rompem...
como
fios desgovernados
buscam
rápida conexão,
fico
exposto ao bagaço...
e
por mais que o rasgo pareça inevitável
nem
sei ao certo precisar o tempo
que
esse pré-rompimento
se
encontra fervendo aqui dentro
Hipertenso
rápido tempo
hipertenso
penso
a
quem eu pertenço
tão
ágil sinto
quando
penso em tempo
entendo
que
meu cérebro
frágil
compartimento
de
compartilhamento intenso
não
suporta mais o intento:
tento
ou não tento?
e
se não experimento a tempo
aquela
voz sem face
me
bagunça por dentro:
até
quando vai suportar o não invento?
Poemas
perfeitos
Poemas inteiros
em
tiros perfeitos
são
feitos
sem
a menor possibilidade
de
explicá-los direito.
E
os outros,
não
dão nenhuma explicação.
Sobre
as noites
vou
dormir
não
consigo encontrar mais sentido
entre
o ir e o vir
Despedida
Cabia
tudo na palavra não dita
Em lágrimas
E a pergunta continua...
Por
que insisto?
Escorrego
em lágrimas
feito
feto que se esvai em cores,
feito
farsa que separa as dores,
feito
força que se faz e.
Foi-se!
Agora,
com
a faca cravada
nas
costas
nada
mais importa.
Nem
lástimas,
nem
fotos,
nem
alívios.
Quanto
mais me lembro...
Não
acredito!
E
por que ainda insisto?
Isso
é tudo o que me apavora.
Miolo
mole
poema
duro
pedra
rima
bate
trans
figura
cura
sua
alma
fúria
fura
Marcelo
Perez
MARCELO
PEREZ Marcelo Perez escreve desde o primeiro rabisco. Natural do Rio de
Janeiro, morador de Campos dos Goytacazes, é mestrando em Letras, licenciando
em Teatro, graduado em Letras/Literatura, especialista em Metodologia do Ensino
de Artes e ator formado pela CAL; publicou os livros de poemas “Ainda Se
Estivesse Faltando Pedaços” (2015) e “Tentou Poesia?” (2020); os livros de
contos “O Desgaste Do Tempo Nos Dentes” (2017) e “Entre Tribos e Atritos”
(2019); os textos teatrais “Garganta Irada” (2021-inédito); e “Apenas um Blues
e uma Parede Pichada” (2008-encenado em 2011 e publicado em 2022 na Coletânea
Peças Teatrais em Roraima); para o teatro de rua, escreveu e encenou os textos
“Por Que a Gente é Assim?” (2005); “Quem Disse Que a Decisão Deve Ser Dele?”
(2006); “Absurdópolis, Que Nos Perdoe Aristófanes” (2009-coautor com Graziela
Camilo); adaptou e encenou as obras “O Pastelão e a Torta” (2005); “A Farsa do
Advogado Pathelin” (2006- coautor com Graziela Camilo); “A Retrete ou a
Latrina” (2007); “A Farsa do Advogado Silva e Santos” (2010-coautor com
Graziela Camilo); é artista plástico; e desde 2012 é organizador, editor,
diagramador, designer e distribuidor do Fanzine Literário “Receita no Verso”.
Contato:
(22) 99860-7799
marceloperezmaciel@gmail.com
As suas poesias e seus quadros são excelentes. Parabéns pelo profissional que é!👏
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