espiã confessa
pedra que voa
depois que choveu pedra em São Francisco do Itabapoana no final de 2024, por ficarem sem saber se gelo ou granizo, alguns moradores da localidade do Macuco, resolveram instalar uma comissão popular de inquérito para apurar as causas do acidente.
Sabedores de que o significado da palavra Ita/bapoana é pedra que rola sobre o leito do rio, é bem possível que as “pedras” revoltadas com suas condições de viverem submersas podem ter sofrido gigantes mutações e serem transformadas em pedras que voam, incentivadas pelas bruxarias e alquimias desenvolvidas por alguns personagens do livro “Itabapoana Pedra Pássaro Poema”.
diante de tudo
que tenho falado
despido lido escrito
ser porta bandeira
não é uma missão
apenas por ter incorporado
a Mocidade Independente
de Padre Olivácio
em Ouro Preto
tem mais angu nesse caroço
cabeça nesse prego
não nego
estou metida nessa trama
dos pés aos fios de cabelo
em cada uma das nervuras desse osso
debaixo dos lençóis de cada cama
tem segredos e mistérios
que sendo revelados
deixariam qualquer país em alvoroço
*
em vampiro goytacá
canibal tupiniquim
somos serAfim
todas nós somos
vampiras
numa página a gente transa
noutra página a gente pira
Gigi Mocidade
Ex-Rainha da Bateria da Mocidade Independente de Padre Olivácio - a Escola de Samba Oculta no Inconsciente Coletivo
leia mais no blog
https://coletivomacunaimadecultura.blogspot.com/
a história nem conta onde o Conde D dava, porque a história é narrada pelos que se julgam vencedores, mas nem sempre isso é verdadeiro, Darcy Ribeiro por exemplo, gostava de se considerar um perdedor, pois segundo ele mesmo não cansava de afirmar que não se sentiria a vontade estando junto aos vencedores, das batalhas que ele travou durante toda sua vida em defesa do povo brasileiro.
Rúbia Querubim
leia mais no blog
https://fulinaimargem.blogspot.com/
Bar do Firo
Gargaú
São Francisco de Itabapoana-RJ
onde você come bebe e só paga a cerveja dona Beja não te engana quer comer peixe de graça só na pedra de Itabapoana
Irina Severina
leia mais no blog
https://ciadesafiodeteatro.blogspot.com/
Onde está Macunaíma?
no poema na metáfora
no palco no livro
na tela do cinema
no Acre na Amazônia
em Minas Bahia Pernambuco
Pará Sergipe Piauí
Rio de Janeiro Espírito Santo
Macuaíma está em todo canto
Paraná Santa Catarina
até nas mais remotas
matas virgens do Xingu
ou nas águas frias
do Rio Grande do Sul
ou nas termas quentes
do Rio Grande do Norte
Macunaíma vento forte
se misturou nas maravilhas
e também nas sutilezas
divina preguiça da beleza
das terras do bem virá
comeu o pão que o diabo amassou
quando se transmutou por São Paulo
no trampo do caos urbano
quase desapareceu do país
mas como um bom feiticeiro
seu pai não se enganou
te fez tornar-se encantado
para que o povo então entendesse
as profundezas do teu significado
Terra,
antes que alguém morra
escrevo prevendo a morte
arriscando a vida
antes que seja tarde
e que a língua da minha boca
não cubra mais tua ferida
Artur Gomes
dos livros : Suor & Cio (1985)
e Pátria A( r)mada - 2022
Federico Baudelaire - de onde estou em Itabira eu te pergunto Nilson Siqueira por onde andará Macunaíma? Eva Seiberlich não soube me responder se subiu serra do pacaraima ou beijou a pedra de muiraquitã, Cy a rainha mãe mato continua desfilando na Portela – Paulo Victor que esteve por algum tempo incorporando Macunaíma escafedeu-se tomou chá de sumiço com medo de Piamã com o seu descompromisso - preguiça só quem pode ter mesmo é o próprio Macunaíma. Já dizia Mário de Andrade em, seus delírios febris.
Ainda na Estrada frustrado por passar em Iriri e não encontrar a minha amada. Por onde andará Irina? que não é Macunaíma e só de sacanagem ou até sagaranagem, Rúbia me informa o paradeiro errado da minha andorinha azul, ela deve ter ido pro norte mas querubim me diz que foi pro sul, desfilar de porta/bandeira sem ensaio na mocidade independente de padre olivácio, no festival de Blumenau, aceitando o convite do Pastor de Andrade o aliciador de ovelhas desencantadas. Só me resta conferir com Federika se ela foi mesmo para Blumenau ou foi se instalar em Vila Rica, depois de passar pelas praças de Bento.
Itabapoana Pedra Pássaro Poema
era uma vez um mangue
e por onde andará Macunaíma
(Ainda estou aqui)
na sua carne no seu sangue
na medula no seu osso
será que ainda existe
algum vestígio de Macunaíma
na veia do seu pescoço?
tá no canto da sereia
no rabo da arraia
nos barracos da favela
nos becos do matadouro
na usina sapucaia?
na teoria dos mistérios
dos impérios dos passados
nas covas dos cemitérios
desse brasil desossado?
macunaíma não me engana
bebeu água do paraíba
nos porões dos satanazes
está nos corpos incinerados
na usina de cambaíba
em campos dos goytacazes
macunaíma não me engana
está nas carcaças desovadas
na praia de manguinhos em
são francisco do itabapoana
Joilson Bessa me disse
Kapiducéu já ensaia
Macunaíma vem vindo
no Auto do Boi Macutraia
Artur Gomes
poema do livro
Itabapona Pedra Pássaro Poema
Litteralux – 2025
V(l)er mais no blog
https://coletivomacunaimadecultura.blogspot.com/
quinzenalmente às segundas Por Onde Andará Macunaímna está na coluna que assino no canal ArteCult.com
A Biografia de Um Poeta Absurdo
No Hotel Amazonas - Galvez o Imperador do Acre se hospedou a na sua passagem para Vitória do Espírito Santo e deixou por aqui o Vampiro Goytacá que mora neste hotel até hoje e passa as madrugadas na janela do quarto olhando o pátio interno tentando reencontrar o seu amor Benta Pereira muitas vezes vi lágrimas descendo dos seus olhos e as mãos apontadas para o telhado do outro lado do corredor enquanto rezava para Santo Antônio
Federico Baudelaire
https://fulinaimagemfreudelerico.blogspot.com/
que putaria essa?
bem que olivácio
tentou me avisar
para não confiar
em capixaba
que anjo querubim que nada
rúbia é uma safada
não dei ouvidos
paguei pra ver
agora quero ouvir
nessa suruba
o que o cantador de samba
da mocidade independente
vai cantar e vai dizer
quando quer aliviar o seu prazer
Federico Baudelaire
vampiro goytacá
canibal tupiniquim
poesia muito prosa
viagens metafóricas por realidades reinventadas
veraCidade
por quê trancar as portas tentar proibir as entradas se já habito os teus cinco sentidos e as janelas estão escancaradas ? um beija flor risca no espaço algumas letras de um alfabeto grego signo de comunicação indecifrável eu tenho fome de terra e esse asfalto sob a sola dos meus pés agulha nos meus dedos quando piso na augusta o poema dá um tapa na cara da paulista flutuar na zona do perigo entre o real e o imaginário joão guimarães rosa caio prado martins fontes um bacanal de ruas tortas eu não sou flor que se cheire nem mofo de língua morta o correto deixei na cacomanga matagal onde nasci com os seus dentes de concreto são paulo é quem me devora selvagem devolvo a dentada na carne da rua aurora
serAfim 1 - Artur Gomes
para ademir assunção
um nome escrito no vento
não quero o sentido normal
da coisa como me aparenta
quero a realidade
exatamente como a gente inventa
no concreto do abstrato
na argamassa do concreto
sou
vampiro bêbado de sangue
assassinei os alfarrábios
para inventar meu alphabeto
para renata magliano
lancei o tempo
numa agulha da fresta
ainda bêbado de ontem
bebo as trina e cinco pausas
de uma mulher em chamas
que ainda não conheço
o tempo me dirá o endereço
como metáfora ou alquimia
e sendo drama ou festa
tempo de poesia
é o que nos resta
vamos comer mastigar chupar beber
devorar deglutir cuspir escrever xingar falar sobreviver sobrevoar os telhados de todos os fantasmas goytacá ancestrais invadir os palácios de todos tupiniquins canibais mesmo que o templo esteja escuro não me mostre o que preciso não quero perder o meu juízo nos currais de assombradado tem um morcego nas cancelas principais vamos pichar nos muros : sem justiça não haverá paz
no lado esquerdo
do peito
o direito não conforta
nem comporta a estrada
que preciso
nu poema
a porta
que se abre
a procura do inciso
31 janeiro 2010
era um domingo de sol rock and roll e poesia irina gozou comigo quando beijei santa teresa no parque das ruínas com uma bela imagem de cristo tatuada em nossas costas depois de uma noite de sonhos amanhecemos nas laranjeiras dentro do severina o famoso botequim mais uma vez me beijou e bem ali no pé do ouvido me falou assim:
- vamos pra saideira
meu vampiro goytacá
canibal tupiniquim meu serafim
a saideira foi itacoatiara itaipu
engenho do mato dentro
engenho de dentro fora
quando penso que clara está vindo
irina já foi embora
o barro de alguns barracos continuam entranhados na carne com seus nomes tapera cacomanga cupim queimado cambaíba ururaí olinda morro grande santa cruz quilombo lagamar guriri trago a poeira na sola dos meus pés o sangue das pessoas trouxe impregnados nas unhas vampiro goytacá canibal tupiniquim
no branco do papel deponho a faca a foice navalha canivete já fui moleque pivete das esquinas dos bordéis da rua do vieira paraíso perdido joazeiro coqueirinho nas mallarmargens da br
já fui do breque dos pandeiros das cuícas do couro cru na carne viva goytacá boy perdido na paulista roubei poemas do piva para vender nas lanchonetes mar a vista em bertioga e o coisa ruim do ademir continua na ponta da língua da memória
quando criança brincava nos sonhos com cobras de pique esconde no porão da casa onde aprendi a enxergar clara/luz na escuridão quando seus olhos de vidro
viraram espelhos para os meus numa madrugada 27 agosto 1948 datas também me acompanham desde que vi o primeiro clarão diurno quando o trem passou para dores de macabu
quando estive na bolívia senti o cheiro de corumbá ali de perto em assunção do paraguai porto viejo canavarro o barro vermelho no carnaval pelas fronteiras cerveja com caldo de piranha a dona de um bordel no pantanal chamava os jacarés com nomes de jogadores de futebol quando perdi o avião pra boa vista
quem me vê
assim
tão comportado
não sabe
o que se passa
aqui no centro
não sabe do vulcão
em erupção
nesse serTão
do mato dentro
a traição das metáforas
para juliana stefani
dandara ainda mora
naquela beira de estrada
com seu vestido amarelo
no rio grande do sul
mesmo que não esteja
ainda a vejo
atravessando a calçada
saindo do carro azul
abrindo o portão da casa
de 7 portas douradas
com mil garrafas de vinho
psicografadas na sala
por algum poeta dos pampas
que escreveu por aquelas rampas
o que testemunhou nos vinhedos
quando italianos chegaram
nas serras dos meus segredos
https://fulinaimacarnavalhagumes.blogspot.com/
serAfim 2 - rúbia querubim a desejada de federico baudelaire
quieta aqui nessa solidão capixaba quantas vezes me vem em sonhos ou alucinações contemporâneas tudo o que não fui eu não era a bruna beber muito menos débora seco mas ele gostava até queria que fosse assim como biúte me chamava de vários nomes ao mesmo tempo aquela profusão de palavras como inseto em volta da lâmpada e os cálices nos lençóis de algodão as vezes linho para atiçar nossa luxúria com a contribuição da enel que nos deixava quase sempre no escuro na guarapari do espírito santo uma noite ele passou o tempo todo lendo pagu no meu ouvido e macabea não se conforma por ter sido deixada de lado nas artes cínicas do presídio federal de brazilírica trafega com seus fantasmas pelos corredores falando para o vento que entra pelos buracos das fechaduras
nasci no dia nacional do samba talvez por isso aos 15 entrei para mocidade independente de padre olivácio – a escola de samba oculta no inconsciente coletivo instituição criada pelo intrépido artur gomes uma filial da igreja universal do reino de zeus pastor de andrade o antropófago não anda muito satisfeito com meu comportamento a frente da bateria da escola mas como sou capixaba e não amo capixaba e a única coisa de capixaba que gosto é a torta e o quibe de peixe amor com capixaba não faço já disse isso milhão de vezes mas faço amor não faço guerra e quem quiser que me queira por essa terra inteira
não conheço
mas é como
se conhecesse
disse-me ontem
a psicóloga
antes que
amanhecesse
depois de uma noite
de trégua
depois de passar a régua
na direção dos caminhos
serAfim 3 - federico Baudelaire o mestre sala
escrevo
como quem
pesca uma piaba
no rio ururai
vou por aí
de itabirina
a iriri
se não cansar
cato conchinhas
de anchieta
a guarapari
você está se aproveitando da nossa situação e está de olho na minha mulher não vai colar porque gigi federika lady rúbia eu gênia agora é minha quem mora com ela em iriri do espírito santo sou eu pode tirar seu cavalhinho da chuva seu tempo de guarapari passou se não é capixaba que se dane quero mais que o quiabo voz carregue porque sua banda de reggae aqui não toca aqui não é freguesia do ó e você nem conhece quibe de peixe pra ficar jogando isca no meu quintal de areia sua sereia já morreu faz tempo o templo agora é outro pastor de andrade me deu a chave de entrada da cancela principal gado não entra e o bom cabrito vai berrar do lado de fora
só quem sabe do riscado
entende o seu ofício
procura palavra nua toda viva toda crua
o resto que se foda
quero toda palavra toda
toda bruta toda puta
na artimanha o concreto
no abstrato do ereto
para rúbia querubim
a pétala da flor deságua sobre a flor da tua pele nas águas salgadas desse mar
na correnteza desse rio eu bebo tudo que revele cada gota dessa água na leveza do teu cio
https://fulinaimacarnavalhagumes.blogspot.com/