sábado, 18 de fevereiro de 2023

múltiplas poéticas

As Vitrines

 

Eu te vejo sumir por aí
Te avisei que a cidade era um vão
Dá tua mão, olha prá mim
Não faz assim, não vai lá, não


Os letreiros a te colorir

Embaraçam a minha visão
Eu te vi suspirar de aflição
E sair da sessão frouxa de rir


Já te vejo brincando gostando de ser
Tua sombra a se multiplicar
Nos teus olhos também posso ver
As vitrines te vendo passar

Na galeria, cada clarão
É como um dia depois de outro dia
Abrindo um salão
Passas em exposição


Passas sem ver teu vigia
Catando a poesia
Que entornas no chão

 

Chico Buarque

https://braziliricapereira.blogspot.com/



pele grafia
poema: Artur Gomes
arte: Cláudia Lobo


RÁPIDO E RASTEIRO

 

vai ter uma festa

que eu vou dançar

até o sapato pedir pra parar.

 

aí eu paro, tiro o sapato

e danço o resto da vida

 

Ricardo Chacal 


Duelo de amor

 

na solidão da jaula

a onça pintada

acena para a mosca

que passa rente

 

e num eco dos sentidos

faz saber ao mundo

que não está

sozinha

 

Lau  Siqueira

O inventário do pêssego

Casa Verde - 2020


Sujeito de Sorte

 

presentemente

eu posso me considerar

um sujeito de sorte

porque apesar de muito moço

me sinto são e salvo e forte

 

e tenho comigo pensado

Deus é brasileiro

e  anda do meu lado

assim já não posso sofrer

no ano passado

 

tenho sangrado de mais

tenho chorado pra cachorro

ano passado eu morri

mas esse ano eu não morro

 

Belchior

https://www.youtube.com/watch?v=fdwb_siAV54



Eu fervo porque ela dança
como chama de fogo ao vento
dentro de mim moram
pelo menos 13
querubins em movimento


sequestro teu corpo poema
na entrada da sala de cinema
teu corpo levo para cama
e o poema teço sob os lençóis
de Iracema

 

Federico Baudelaire

https://fulinaimagemfreudelerico.blogspot.com/



descaminhos
para Rúbia Querubim

quando te procuro
e não encontro
ando tanto tanto tanto
chego a gastar os tutanos
nos descaminhos
desse enredo

mas por enquanto
vou te amar assim
em segredo

Artur Fulinaíma

www.arturkabrunco.blogspot.com


Coisa de índio
Afrodite-se-Quiser
para Marisa Vieira e Mano Melo

estava caminhando pelo Rio
exatamente na Visconde de Pira-já
em Ipanema
batidas no coração
quando avistei Helena
que não era do Rio
deve ter sido assombração
em algum poema

Artur Fulinaíma
in - Igreja Universal do Reino de Zeus
https://www.facebook.com/arturgomespoeta 


se
me perguntarem
hoje
o que é poesia
digo: Não sei

sei que escrevo

mas nunca

explicarei 


Passaporte para uma viagem ao desconhecido


Novo e-Book do poeta Artur Gomes já está na fita, clica baixa gratuitamente e lê:
https://jidduksonline.com.br/ornitorrincobala-arturgomes.../


cacomanga

na roça desde cedo comecei a escavar palavras e separar uma das outras de acordo com o seu significado dar farelo de milho para os porcos e olhadura de cana para o gado aprendi que no terreiro não dependo de mercado e para que urbanidade se a cidade não tem paz com a enxada capinei a liberdade e descobri que ditadura é uma palavra que não cabe nunca mais

Artur Gomes

Fulinaíma MultiProjetos
fulinaima@gmail.com

22 – 99815-1268 – whatsapp

Leia mais no blog

https://centrodeartefulinaima.blogspot.com/




ma cum ba

abaráebóubu axé babá
na carnavalha dos tambores
o corpo incorpora o tempo/dança
a língua de exu
lambe as coxas de yansã/menina
os pelos/púbis ossanha
embaixo dos tecidos
palavra líquida lavra pelas pernas
Eros eletrizando peles bocas pelos
gritos enquanto o rito segue
seus ancestrais preceitos
ma cum ba no meu peito
xangô meu feiticeiro
oxum encanto tantas línguas
cantam pra tirar quebrando
de algum corpo nem santo
quando ogum vem pro terreiro

Artur Kabrunco
O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux – 2020

www.secretasjuras.blogspot.com


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