FestCampos de Poesia Falada
Projeto realizado pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, criado em 1999 com o objetivo de fomentar a criação e interpretação de poesia, chega a este ano de 2023 a sua XXIIIª Edição e volta a ser coordenado pelo seu idealizador: poeta.ator.vídeo.maker e produtor cultural Artur Gomes
Na foto: Martinho Santafé, autor de Manual Para Assassinar Frangos, poesia vencedora do III FestCampos de Poesia Falada em 2001.
Clique no link para ver o vídeo na interpretação de Aldebaran Bastos – que recebeu o prêmio de Melhor Intérprete do IIIº FestCampos de Poesia Falada - 2001
https://www.facebook.com/aldebaran.bastos/videos/3677343572354258
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FestCampos de Poesia Falada
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ontem não fui nem vim
fiquei sem onda magnética
feito folha seca no chão sem vento
Itabapoana Pedra Pássaro Poema
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prá muito mais além
de mim de ti de nós
a voz que vem da alma
mesmo calma
é muito mais aflita
quando grita
seu silêncio – infinita
Teatro do Absurdo
no próximo dia seis
vou me despir de vez
rasgar os p(l)anos
no próximo dia seis
no parque desengano
plantar amoras
pedra bonita – metáforas
para os olhos de quem não vê
isa bela acha bonito
tudo aquilo que não falo
no próximo dia seis
desmontar o circo
no universo paralello
montar pirandelo
ionesco artaud Fernando arrabal
no próximo dia seis
eu me despi pro carnaval
Artur Gomes
Laboratório de Teatro
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Angra
assim como o pau-brasil
a flor do mangue
também sangra
Rúbia Querubim
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ontem não fui nem vim
fiquei sem onda magnética
feito folha seca no chão sem vento
Jura secreta 34
por que te amo
e amor não tem pele
nome ou sobrenome
não adianta chamar
que ele não vem quando se quer
porque tem seus próprios códigos
e segredos
mas não tenha medo
pode sangrar pode doer
e ferir fundo
mas é razão de estar no mundo
nem que seja por segundo
por um beijo mesmo breve
por que te amo
no sol no sal no mar na neve
Artur Gomes
Juras Secretas
Editora Penalux – 2018
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Goytacá Boy
musicado e cantado por Naiman
no CD fulinaíma sax blues poesia
ando por São Paulo meio Araraquara
a pele índia do meu corpo
concha de sangue em tua veia
sangrada ao sol na carne clara
juntei meu goytacá teu guarani
tupy or not tupy
não foi a língua que ouvi
em tua boca caiçara
para falar para lamber para lembrar
da sua língua arco íris litoral
como colar de uiara
é que eu choro como a chuva curuminha
mineral da mais profunda
lágrima que mãe chorara
para roçar para provar para tocar
na sua pele urucum de carne e osso
a minha língua tara
sonha cumer do teu almoço
e ainda como um doido curuminha
a lamber o chão que restou da Guanabara
Artur Gomes
Juras Secretas
Editora Penalux – 2018
Gravado em vídeo pelo autor integra a Mostra Arte de Toda Gente – FUNARTE_Rio – 2021 – Curadoria: Tchello d´Barros
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a musa da rua formosa
nem tudo ou nada
me leva para o ouro lado
quando não quero
quero quero
carne de tapioca
farinha de mandioca
temperada com azeite
sal pimenta
nada discreta
tecida de carioca
no morro de Ibitioca
minha sede não aguenta
essa cerveja campista
nem fiado nem a vista
nem sua fórmula secreta
tem musa que não entende
a linguagem de um poeta
Artur Gomes
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tem dias que a gente se sente
me sinto agora
só e bem acompanhado
meu lado de dentro
olhando meu lado de fora
Artur Fulinaíma
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Juras secreta 62
tenho estado
entre o fio e a navalha
perigosamente – no limite
pulando a cerca da fronteira
entre o teu estado de sítio
e o meu estado de surto
só curto a palavra viva
odeio uma língua morta
poema que presta é linguagem
pratico a SagaraNAgem
na esquina da rua torta
Artur Gomes
Juras Secretas
Edititora Penalux – 2018
https://secretasjuras.blogspot.com/
jura secreta 129
poema do livro SagaraNAgens Fulinaímicas
a coisa que me habita é pólvora
dinamite em ponto de explosão
o país em que habito é nunca
me verás rendido a normas
ou leis que me impeçam a fala
a rua onde trafego é amplo
atalho pra o submundo
o poço onde mergulho é fundo
vai da pele que me cobre a carne
ao nervo mais íntimo do osso
Artur Gomes
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Jura Secreta 54
nossas palavras escorrem
pelo escorrer dos anos
estradas virtuais
fossem algaravias
nosso desejo que não se concreta
eu tenho a fome entre os dedos
a sede entre os dentes
e a língua sobre a escrita
que ainda não fizemos
e o que brota desse amor latente
se o desejo é tua boca
no lençol dos dias?
esse teu olho que me olha
azul safira – ou mesmo
verde esmeralda fosse
pedra – pétala rara
carne na matéria doce
ou mesmo apenas fosse
esse teu olho que me olha
quando me entregas do mar
toda alga que me trouxe
quando te tocar
é pra alvoroçar os teus cabelos
eriçar teus pelos
molhar os teus mamilos de saliva
com essa língua viva
aqui na minha boca
Artur Gomes
do livro Juras Secretas
Editora Penalux – 2018
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Artur Gomes – 2023 – 50 Anos de Poesia – Memória e Resistência – Uma Trajetória Multilinguagens
No longo bate papo semana passada com a minha querida amiga, Jailza Mota, no Museu Histórico de Campos, para o seu TCC de Licenciatura em Teatro no IFF, alguns detalhes dessa trajetória, que até então me passavam despercebidos, vieram a tona.
Em 1977 no texto de Orávio de Campos Soares, para o livro Além da Mesa Posta, ele profetiza, que minha poesia, até então, simbolista e existencialista, dos dois livros anteriores: Um Instante No Meu Cérebro e Mutações Em Pré-Juízo, iria desaguar com o foco no social.
Jailza Mota observa que, o próprio título Além da Mesa Posta, mesmo que o seu conteúdo, não seja de poesia com foco no social, nos dá margem para pensar muito além da “Santa Ceia, mas em todas as “mesas postas” nos lares de todas as famílias dos desprivilegiados por esta país afora.
Pois bem, em 1978 dois escrevo dois poemas onde o social estão explícitos em suas temáticas: Canta Cidade Canta, vencedor do Festival de Poesia, promovido pelo Departamento Municipal de Cultura de Campos e Jesus Cristo Cortador de Cana, publicado em livreto de cordel.
No mesmo ando de 1978, um Grupo de Teatro ligado ao convento dos Padres Redentoristas, cria uma encenação com o poema Jesus Cristo Cortador de Cana, com a intenção de encená-lo na ETFC, mas é censurado pela direção da Escola.
Mas em 1989, ele sobe ao palco do Teatro de Bolso, interpretado por Eugênio Soares, na montagem que dirigi com 9 estudantes da Escola de Serviço Social da UFF, para a tese de conclusão do curso, refletindo sobre a vida das mulheres dos cortadores de cana, e trabalhadores da antiga e extinta Usina de Outeiro.
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poética 44
na pedra do sossego
eu me abstenho
na pedra do sossego
eu me abstrato
na argamassa dos teus olhos
me preservo
na pele dos teus dedos
meu barato
nos mamilos dos teus seios
me concreto
no cio do teu corpo
eu me retrato
Artur Gomes
O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux – 2020
https://secretasjuras.blogspot.com/
Jura Secreta 47
a face oculta da maçã
duas partes que se abrem pêssego
campo de girassóis teus pelos
alvoroçados sob o sol de Amsterdã
enquanto isso
em teus mamilos penso
o que ainda não comi desta maçã
Artur Gomes
do livro Juras Secretas
Editora Penalux - 2018
https://secretasjuras.blogspot.com/
poética 43
a percepção acho que é um dom uma descoberta um pássaro que pousa em nossa cabeça e nos atira aos fios elétricos do corpo liberdade vem de dentro do motor dos músculos os ponteiros que só se movem quando querem o repouso absoluto é uma forma de silêncio não vejo muita graça em ser sozinho solidão as vezes faz bem noutras assusta mas sou tenho um amor que ainda não me diz abertamente do diamante que mora dentro dele mas toco a música dela tem itálias e palavrões as vezes quando me pergunto onde vou nem sempre tem resposta aliás respostas é o que menos tenho encontrado para as 25 mil perguntas paradas no ar o rascunho dos meus primeiros dias ficou esquecido numa tipografia do tempo emoldurado na tinta que mudou de cor
Artur Gomes
O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux – 2020
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poética 38
enquanto escavo a seiva
entre o vão das suas coxas
para desfrutar do teu cio
e santificar o nosso ócio
a selva amazônica perde
mais 200 mil hectares de mata virgem
para as moto serras assassinas
desse venal agro negócio
poética 24
para lucia muniz de sousa
poética 25
para salgado maranhão
a cor da tua palavra me conforta
porta que se abre pra beleza absoluta
a vida que tivemos na matéria bruta
a sorte de nascer dentro do norte
na felina selvageria da pantera
o sal que temperou as nossas eras
na pele do tempero ruptura em cada corte
e ao mesmo tempo é voz que predestina
que o poeta não vai morrer antes da morte
poética 26
poética 27
para ronaldo werneck
foto grafias
foto gramas
pomba rio
pomba minas
rio prece
rio drama
minas tomba
esquadro poema pátrio
partido país penetrado
por quem descobriu a pólvora
pavio explodindo chamas
paiol nas colchas das camas
de um país esfarrapado
poética 28
funk dance funk
para sebastião nunes
descubro o irado tião nunes
Artur Gomes
O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux – 2020
terça-feira, 17 de janeiro de 2023
O Homem Com A Flor Na Boca
O homem com a flor na boca
cada boca tem sua língua
cada língua tem seu vício
cada vício seu desejo
metáfora de fogo quem sabe
ou flor do desejo quem dera
o desejo da língua é o beijo
vermelha flor de aquarela
a rosa quem me deu foi ela
nos olhos da flor o que sinto
no coração absinto o que vejo
e sem nenhum sacrifício
amar de forma indireta
sem pensar fim ou início
de alguma jura secreta
a seta no arco é a flecha
o alvo da flecha é a seta
a flor na boca é desejo
o beijo na flor é a meta
BraziLírica Pereira Pereira
: A Traição das Metárofas
para Dalila Teles Veras
Re-Visitando
aqui
onde as coisas acontecem
agora estou
onde já estive
mesmo não estando
independente de onde esteja
me viaja pra Lisboa
pelas Ilhas da Madeira
e eu aqui de Madureira
me transporto em barco à vela
me transformo em aquarela
com poemas de Kandinski
mando um beijo pro Leminski
e me refaço na Pessoa
Artur Gomes
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segunda-feira, 16 de janeiro de 2023
Artur Gomes - 50 Anos de Poesia - Com Os Dentes Cravados na Memória IV
Artur Gomes – 2023 – 50 Anos de Poesia
Memória e Resistência – uma Trajetória Multilinguagens – Com Os Dentes Cravados na Memória - IV
Em 1975 com Ponto de Luz, parceria com Vitor Meirelles(Pardal) e Bento Mineiro, vencemos o Festival de Música do SESC Campos.
Aqui preciso abrir um parêntese para descrever um acidente que aconteceu comigo em 1967 e que foi aos poucos me direcionando para outros caminhos em direção a Arte. Mas deixo essa questão para os apontamentos que tenho feito para o livro de memória: Da Nascente A Foz – Um Rio de Palavras.
Em 1976, com Balada Pros Mortais, parceria com Paulo Ciranda, vencemos o Festival de Música de Itaocara-RJ e posteriormente o Festival Universitário realizado no Rio pela Universidade SESRIO.
Interpretei o personagem Fando, da peça Fando e Lis, de Fernando Arrabal, contracenando com Maria Helena Gomes, direção de Orávio de Campos Soares, no Teatro do SESC.
Me encontrava escrevendo alguns poemas e textos para o livro Além da Mesa Posta, que seria lançado em 1977, foi quando ouvi primeira vez a música Apalo Seco de Belchior e os versos “tenho 25 anos de sonho e de sangue e de América do Sul por força desse destino um tango argentino me vai bem melhor que um blues”, soaram como uma pedrada na cuca e vieram de encontro ao que estava escrevendo na época:
Tenho mais de 25 mil perguntas
Tenho mais de 25 mil cartas sem respostas
Tenho um futuro à minha frente
Um presenta às minhas custas
E o um passado às minhas costas
Eu tenho sangue nas veias
Não tenho estrela na testa
A vida vale o quanto custa
E poesia é o que me resta.
Daí, peguei o material já escrito e criei o monólogo – 25 Anos de Sonho e Sangue, que algumas vezes de forma solo e outras contracenando com Jorge Pessanha Santiago, encenei no Teatro do SESC Campos, Teatro São João, em São João da Barra e em Santa Maria Madalena.
Vale lembrar que Jorge Pessanha Santiago(Baiano), na época era estudante do curso Técnico na Escola Técnica Federal de Campos e hoje é doutor em Antropologia, professor titular da Universidade de Lion, na França.
Em Santa Maria Madalena conheci Eurídice Hespanhol Macedo, amor à primeira vista e musa de algumas poesias que escrevi para concluir o livro Além da Mesa Posta.
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sexta-feira, 13 de janeiro de 2023
Artur Gomes - 50 Anos de Poesia - Com os Dentes Cravados Na Memória - III
Artur Gomes – 50 Anos de Poesia
Memória e Resistência
Uma Trajetória Multilinguaens
Com Os Dentes Cravados Na Memória – III
Em 1975 lancei o meu segundo livro de poesia: Mutações Em Pré-Juízo, com prefácio de Marcos Wagner Coutinho, com quem passei inúmeras tarde na varanda de sua casa, conversando sobre literatura, música, poesia e o nosso cotidiano na Escola Técnica Federal de Campos.
Havia começado a rascunhar alguns textos e poemas para um próximo livro, que ainda não tinha encontrado o título, quando Deneval Azevedo Filho, me propõe fazer uma adaptação para o Teatro, e assim nasceu a peça Judas – O Resto Da Cruz, encenada no Teatro de Bolso, em julho de 1975.
Em 1975 também começo a cooptar estudantes da ETFC para uma Oficina de Teatro, e realizamos a segunda montagem de Judas – O Resto Da Cruz, no Teatro do SESC, com direção de Ronaldo Pereira, e alguns meses depois realizamos uma outra montagem no Centro Cultural de Macaé, com uma concepção cênica de Newton Rabello.
As parcerias com Paulo Ciranda seguiam ao sabor do vento, e em 1976, foram desaguar em outros Festivais.
Mas isso é assunto para a próxima postagem
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poética 44
na pedra do sossego
eu me abstenho
na pedra do sossego
eu me abstrato
na argamassa dos teus olhos
me preservo
na pele dos teus dedos
meu barato
nos mamilos dos teus seios
me concreto
no cio do teu corpo
eu me retrato
Artur Gomes
O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux – 2020
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Jura Secreta 47
a face oculta da maçã
duas partes que se abrem pêssego
campo de girassóis teus pelos
alvoroçados sob o sol de Amsterdã
enquanto isso
em teus mamilos penso
o que ainda não comi desta maçã
Artur Gomes
do livro Juras Secretas
Editora Penalux - 2018
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poética 43
a percepção acho que é um dom uma descoberta um pássaro que pousa em nossa cabeça e nos atira aos fios elétricos do corpo liberdade vem de dentro do motor dos músculos os ponteiros que só se movem quando querem o repouso absoluto é uma forma de silêncio não vejo muita graça em ser sozinho solidão as vezes faz bem noutras assusta mas sou tenho um amor que ainda não me diz abertamente do diamante que mora dentro dele mas toco a música dela tem itálias e palavrões as vezes quando me pergunto onde vou nem sempre tem resposta aliás respostas é o que menos tenho encontrado para as 25 mil perguntas paradas no ar o rascunho dos meus primeiros dias ficou esquecido numa tipografia do tempo emoldurado na tinta que mudou de cor
Artur Gomes
O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux – 2020
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poética 38
enquanto escavo a seiva
entre o vão das suas coxas
para desfrutar do teu cio
e santificar o nosso ócio
a selva amazônica perde
mais 200 mil hectares de mata virgem
para as moto serras assassinas
desse venal agro negócio
poética 24
para lucia muniz de sousa
poética 25
para salgado maranhão
a cor da tua palavra me conforta
porta que se abre pra beleza absoluta
a vida que tivemos na matéria bruta
a sorte de nascer dentro do norte
na felina selvageria da pantera
o sal que temperou as nossas eras
na pele do tempero ruptura em cada corte
e ao mesmo tempo é voz que predestina
que o poeta não vai morrer antes da morte
poética 26
poética 27
para ronaldo werneck
foto grafias
foto gramas
pomba rio
pomba minas
rio prece
rio drama
minas tomba
esquadro poema pátrio
partido país penetrado
por quem descobriu a pólvora
pavio explodindo chamas
paiol nas colchas das camas
de um país esfarrapado
poética 28
funk dance funk
para sebastião nunes
descubro o irado tião nunes
Artur Gomes
O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux – 2020
O homem com a flor na boca
cada boca tem sua língua
cada língua tem seu vício
cada vício seu desejo
metáfora de fogo quem sabe
ou flor do desejo quem dera
o desejo da língua é o beijo
vermelha flor de aquarela
a rosa quem me deu foi ela
nos olhos da flor o que sinto
no coração absinto o que vejo
e sem nenhum sacrifício
amar de forma indireta
sem pensar fim ou início
de alguma jura secreta
a seta no arco é a flecha
o alvo da flecha é a seta
a flor na boca é desejo
o beijo na flor é a meta
BraziLírica Pereira Pereira
: A Traição das Metárofas
para Dalila Teles Veras
Re-Visitando
aqui
onde as coisas acontecem
agora estou
onde já estive
mesmo não estando
independente de onde esteja
me viaja pra Lisboa
pelas Ilhas da Madeira
e eu aqui de Madureira
me transporto em barco à vela
me transformo em aquarela
com poemas de Kandinski
mando um beijo pro Leminski
e me refaço na Pessoa
Artur Gomes
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Artur Gomes – 2023 – 50 Anos de Poesia
Memória e Resistência – uma Trajetória Multilinguagens – Com Os Dentes Cravados na Memória - IV
Em 1975 com Ponto de Luz, parceria com Vitor Meirelles(Pardal) e Bento Mineiro, vencemos o Festival de Música do SESC Campos.
Aqui preciso abrir um parêntese para descrever um acidente que aconteceu comigo em 1967 e que foi aos poucos me direcionando para outros caminhos em direção a Arte. Mas deixo essa questão para os apontamentos que tenho feito para o livro de memória: Da Nascente A Foz – Um Rio de Palavras.
Em 1976, com Balada Pros Mortais, parceria com Paulo Ciranda, vencemos o Festival de Música de Itaocara-RJ e posteriormente o Festival Universitário realizado no Rio pela Universidade SESRIO.
Interpretei o personagem Fando, da peça Fando e Lis, de Fernando Arrabal, contracenando com Maria Helena Gomes, direção de Orávio de Campos Soares, no Teatro do SESC.
Me encontrava escrevendo alguns poemas e textos para o livro Além da Mesa Posta, que seria lançado em 1977, foi quando ouvi primeira vez a música Apalo Seco de Belchior e os versos “tenho 25 anos de sonho e de sangue e de América do Sul por força desse destino um tango argentino me vai bem melhor que um blues”, soaram como uma pedrada na cuca e vieram de encontro ao que estava escrevendo na época:
Tenho mais de 25 mil perguntas
Tenho mais de 25 mil cartas sem respostas
Tenho um futuro à minha frente
Um presenta às minhas custas
E o um passado às minhas costas
Eu tenho sangue nas veias
Não tenho estrela na testa
A vida vale o quanto custa
E poesia é o que me resta.
Daí, peguei o material já escrito e criei o monólogo – 25 Anos de Sonho e Sangue, que algumas vezes de forma solo e outras contracenando com Jorge Pessanha Santiago, encenei no Teatro do SESC Campos, Teatro São João, em São João da Barra e em Santa Maria Madalena.
Vale lembrar que Jorge Pessanha Santiago(Baiano), na época era estudante do curso Técnico na Escola Técnica Federal de Campos e hoje é doutor em Antropologia, professor titular da Universidade de Lion, na França.
Em Santa Maria Madalena conheci Eurídice Hespanhol Macedo, amor à primeira vista e musa de algumas poesias que escrevi para concluir o livro Além da Mesa Posta.
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