DE POVO ADENTRO
Pra se
fazer um partido
Mode empurrar no Brasil
Basta uns quatro filiado
Que coma feito esmeril
Disfarçado de gentil
Que seja bem traquejado
Ou mesmo mal-afamado
Mas com o seguinte perfil:
Que só pense em enricar
Mas enricar de verdade
Nem que seja cometendo
Umas três honestidade
Que negue toda verdade
Até com prova na mão
Com as feição mais ó meno
Que seja bom de aceno...
O resto é televisão.
É aí que o candidato
Sai muçum lubrificado
Entrando de povo adentro
Até o dia marcado
Quando os cabra abestaidado
Vai escolher na cabina
A marca da vaselina
Com que vai ser enrabado.
Jessier Quirino
A R0UPA DERRADEIRA
para ELIANA, que eu amei como a mim mesmo
A lua em quarto minguante
é corpo do meu amor
escondido dentro da roupa
- O corpo e a roupa esconderijo -
No labirinto de tecidos
um resto de vida,
de um amor que se despede.
Meu amor na cama
é um sopro apenas
e um corpo que respira.
O sopro dissipado,
o corpo descansará
dentro da roupa derradeira.
Meus olhos egoístas
falarão palavras líquidas,
com o sal da perda.
Iverson
Medeiros Carneiro nasceu em Belém do Pará , viveu a infância e parte da
adolescência em Bragança. No final da década de 70, ficxou residência em João
Pessoa onde morou por 11 anos. Fez teatro, participou do Movimento dos
Escritores Independentes e do Musiclube da Paraíba, ao lado de Pedro Osmar,
Chico Cesar, Paulo Ró e outros. A partir de 1981 publicou seis folhetos
mimeografados e cinco livros. sua poesia está nas redes sociais, em
revistas, jornais e antologias.
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