suspenso
no Ar
não penso
atravesso
o portão da tua casa
o corpo em fogo
a carne em brasa
tudo arde
nas cinzas das horas
no silêncio da tarde
vou entrando sem alarde
sem comício
como o pássaro
que acaba de cantar
em pleno hospício
você pensa que escrevo em rua reta ou estrada sinuosa para você poesia é verso do inverso ou avesso de uma prosa? escrevi pscanalítica 67 em mil novecentos e sessenta e sete numa madrugada de setembro outubro quando visitei meu pai no henrique roxo e vi vespasiano contra a parede dando cabeçadas no manicômio mais uma vida exterminada e no fim das contas noves fora nada tudo o que eu queria dizer naquela hora explode agora quando atravesso o portão da tua casa o corpo em fogo a carne em brasa sem pensar estética estrutura estilo de linguagem sinto o desejo entre os teus mamilos a espera do beijo da esfinge que devora
aqui
passávamos carnaval na juventude e éramos recebidos com grande amor onde acampávamos no quintal do pescador 5 da madruga íamos colher rede do pescado e passávamos a semana comendo peixe assado no buraco de areia com cachaça cerveja e mariola em guaxindiba conheci a minha primeira sereia angélica flor do bosque e foram anos de luas e serestas ruas e florestas estrelas incendiárias
Artur Gomes
PoÉticas ArturiAnas
www.arturkabrunco.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário